sábado, 3 de fevereiro de 2007

Texto de uma amiga (MARÍLIA ZAP)

EMPURRADA
Engraçado como você pode se definir uma pessoa de personalidade... Fácil pra mim que sou o exemplo mais vivo de todos, sendo uma personalidade “empurrada”. Vamos começar da melhor parte, do inicio da minha gestação, que ñ lembro, mas invento que foi mais ou menos assim... - Eu não quero nascer agora! – falei pra um espermatozóide do lado. Ele retrucou: – Você tem que ir agora, depois vou aparecer, te juro! Ta bem que até hoje espero ele, acho que se perdeu no meio do caminho, mandou, e vim parar aqui no mundo sozinha, pelada, com uma mão na frente e outra atrás. Quando cheguei, meus progenitores não arcaram com a responsabilidade de cuidar da minha pessoa. =( Aí começaram a surgir as lendas... Cresci escutando que minha “mãe” tinha me abandonado na porta dessa casa que ainda vivo. E que eu tava em uma sacola de areia e chorava de fome, poxa já é humilhante ser abandonada, e dentro de uma sacola **** (ñ vai sair xingamento desta vez), meus irmãos fizeram um chá de laranja, eu tomava que engasgava (pelo menos não era de abacate) quando meus pais chegaram, ficaram muito felizes, e eu fui acolhida como uma pessoa da família mesmo.=D Mas, fico com dúvidas, será se vim mesmo de uma gestação normal? porque ser deixada dentro de uma sacola cheia de areia não é coisa de um ser humano, vai ver que realmente sou filha de um casal de tartarugas que se disfarçaram de gente só pra mudar a rotina. Nossa! Que viajem isso tudo, mas, tô bem... Quando eu menos esperava um dos meus irmãos disse que fui pega na maternidade (prefiro imaginar que sou filha de um casal de tartarugas disfarçadas), aí pirei, quer dizer que... –Nada é tão humilhante quanto ser poupada de assuntos que interressa vc-Ah deixa pra lá... E deixei mesmo... Mas ainda hoje fico me perguntando se um dia vou ver aquele espermatozóide do começo da historia/estória... Será o que aconteceu com ele? Deve ter parado em um vaso sanitário de um banheiro imundo... Ou em outra ocasião lutou para não ser expelido como tantos outros. A única coisa que recordo na verdade é que nada sei. Que nada lembro. E fico na dúvida, esperando alguém me empurrar e me mostrar o melhor caminho. = [zap].

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