sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

COISA DE CRIANÇA



Eu sempre me perguntei de onde vieram algumas coisas que parece o mundo todo saber, mas ninguém faz idéia de quando nem onde aprendeu. Tipo aquelas musiquinhas “carrinho de mão bateu, Jamanta morreu...” ou “ Segura o pão, amarra o leite, segura os peitos da Lucineide...” oO
Parece uma espécie de cultura hereditária do subconsciente, sei lá, acho que já nascemos sabendo, porque não pode ter outra explicação, já que elas fizeram parte da infância de todas as crianças do Brasil (nunca conversei com uma criança de outro pais pra saber se existe uma espécie de “wheelbarrow knocked, Jamanta has died”) independente da classe social ou do local.
Outra coisa que me chama atenção são as brincadeiras que fizeram a infância dos anos 80/90, cada uma que não sei de onde tiravam, sempre digo que a que mais me intriga é a da “melancia”, poxa vida que brincadeira mais sem propósito. Vocês lembram? Todo mundo deitava no chão e estufava a barriga, daí chegava o “roceiro” e examinava as barrigas (digo, melancias), quanto mais duro o bucho da criatura estivesse, melhor era a melancia, esta era, portanto, levada pra roça. Agora alguém me explica, por favor, qual a serventia desta brincadeira, e a graça que víamos nela (minino é bicho besta!).
Não, e não sei vocês, mas aqui na minha rua só brincávamos a noite, depois do jantar, botava uma roupa bonita e ia pra rua (tinha um negócio dos “meninos da rua”, parece que ninguém tinha nome), aí pronto, era salva latinha, cola – descola (no americano, pra descolar tinha que passar por debaixo da perna do outro), esconde – esconde , rouba bandeira, anjo bom e anjo mau, quatro cantos, e uma das minhas favoritas, o se atrepa (sim, aqui era assim mesmo, se atrepa, e não tinha nada de impróprio na brincadeira).
Fazem tanta falta algumas palavras, regras e besteirinhas da infância, como a ronda (lugar onde era proibido ser pego nas brincadeiras), ficou (quando não significava nada demais, além do “contaminado” passar esse posto a outro, pensando bem, tem algo de comum nisso...), 31 salve todos...vai pro cemitério... “cai no poço, quem me tira...”, "zereoum"...”toc toc, quem bate?”...e tantas mais...
Ei, e quem nunca brincou dos homens pegam as mulheres? Éramos tão inocentes, né?!

2 comentários:

Sávia Lorena disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sávia Lorena disse...

Eita!Amei esse texto...to totalmente identificada e me sentindo uma mongol aqui q teve infancia e não era doida!rsrs...* Sávia.