terça-feira, 29 de abril de 2008

A melhor profissão do mundo



*Gabriel García Márquez
"Há uns cinqüenta anos não estavam na moda escolas de jornalismo. Aprendia-se nas redações, nas oficinas, no botequim do outro lado da rua, nas noitadas de sexta-feira. O jornal todo era uma fábrica que formava e informava sem equívocos e gerava opinião num ambiente de participação no qual a moral era conservada em seu lugar." "Não haviam sido instituídas as reuniões de pauta, mas às cinco da tarde, sem convocação oficial, todo mundo fazia uma pausa para descansar das tensões do dia e confluía num lugar qualquer da redação para tomar café. Era uma tertúlia aberta em que se discutiam a quente os temas de cada seção e se davam os toques finais na edição do dia seguinte. Os que não aprendiam naquelas cátedras ambulantes e apaixonadas de vinte e quatro horas diárias, ou os que se aborreciam de tanto falar da mesma coisa, era porque queriam ou acreditavam ser jornalistas, mas na realidade não o eram." "O jornal cabia então em três grandes seções: notícias, crônicas e reportagens, e notas editoriais. A seção mais delicada e de grande prestígio era a editorial.
O cargo mais desvalido era o de repórter, que tinha ao mesmo tempo a conotação de aprendiz e de ajudante de pedreiro.

O tempo e a profissão mesma demonstraram que o sistema nervoso do jornalismo circula na realidade em sentido contrário.

Dou fé: aos 19 anos, sendo o pior dos estudantes de direito, comecei minha carreira como redator de notas editoriais e fui subindo pouco a pouco e com muito trabalho pelos degraus das diferentes seções, até o nível máximo de repórter raso. A prática da profissão, ela própria, impunha a necessidade de se formar uma base cultural, e o ambiente de trabalho se encarregava de incentivar essa formação. A leitura era um vício profissional. Os autodidatas costumam ser ávidos e rápidos, e os daquele tempo o fomos de sobra para seguir abrindo caminho na vida para a melhor profissão do mundo - como nós a chamávamos. Alberto Lleras Camargo, que foi sempre jornalista e duas vezes presidente da Colômbia, não tinha sequer o curso secundário.

A criação posterior de escolas de jornalismo foi uma reação escolástica contra o fato consumado de que o ofício carecia de respaldo acadêmico. Agora as escolas existem não apenas para a imprensa escrita como para todos os meios inventados e por inventar. Mas em sua expansão varreram até o nome humilde que o ofício teve desde suas origens no século XV, e que agora não é mais jornalismo, mas Ciências da Comunicação ou Comunicação Social. O resultado não é, em geral, alentador.

Os jovens que saem desiludidos das escolas, com a vida pela frente, parecem desvinculados da realidade e de seus problemas vitais, e um afã de protagonismo prima sobre a vocação e as aptidões naturais. E em especial sobre as duas condições mais importantes: a criatividade e a prática. Em sua maioria, os formados chegam com deficiências flagrantes, têm graves problemas de gramática e ortografia, e dificuldades para uma compreensão reflexiva dos textos. Alguns se gabam de poder ler de trás para frente um documento secreto no gabinete de um ministro, de gravar diálogos fortuitos sem prevenir o interlocutor, ou de usar como notícia uma conversa que de antemão se combinara confidencial. O mais grave é que tais atentados contra a ética obedecem a uma noção intrépida da profissão, assumida conscientemente e orgulhosamente fundada na sacralização do furo a qualquer preço e acima de tudo. Seus autores não se comovem com a premissa de que a melhor notícia nem sempre é a que se dá primeiro, mas muitas vezes a que se dá melhor. Alguns, conscientes de suas deficiências, sentem-se fraudados pela faculdade onde estudaram e não lhes treme a voz quando culpam seus professores por não lhes terem inculcado as virtudes que agora lhes são requeridas, especialmente a curiosidade pela vida. É certo que tais críticas valem para a educação geral, pervertida pela massificação de escolas que seguem a linha viciada do informativo ao invés do formativo. Mas no caso específico do jornalismo parece que, além disso, a profissão não conseguiu evoluir com a mesma velocidade que seus instrumentos e os jornalistas se extraviaram no labirinto de uma tecnologia disparada sem controle em direção ao futuro. Quer dizer: as empresas empenharam-se a fundo na concorrência feroz da modernização material e deixaram para depois a formação de sua infantaria e os mecanismos de participação que no passado fortaleciam o espírito profissional. As redações são laboratórios assépticos para navegantes solitários, onde parece mais fácil comunicar-se com os fenômenos siderais do que com o coração dos leitores.
A desumanização é galopante. Não é fácil aceitar que o esplendor tecnológico e a vertigem das comunicações, que tanto desejávamos em nossos tempos, tenham servido para antecipar e agravar a agonia cotidiana do horário de fechamento. Os principiantes queixam-se de que os editores lhes concedem três horas para uma tarefa que na hora da verdade é impossível em menos de seis, que lhes encomendam material para duas colunas e na hora da verdade lhes concedem apenas meia coluna, e no pânico do fechamento ninguém tem tempo nem ânimo para lhes explicar por que, e menos ainda para lhes dizer uma palavra de consolo. 'Nem sequer nos repreendem', diz um repórter novato ansioso por ter comunicação direta com seus chefes. Nada: o editor, que antes era um paizão sábio e compassivo, mal tem forças e tempo para sobreviver ele mesmo ao cativeiro da tecnologia.

A pressa e a restrição de espaço, creio, minimizaram a reportagem, que sempre tivemos na conta de gênero mais brilhante, mas que é também o que requer mais tempo, mais investigação, mais reflexão e um domínio certeiro da arte de escrever. É, na realidade, a reconstituição minuciosa e verídica do fato. Quer dizer: a notícia completa, tal como sucedeu na realidade, para que o leitor a conheça como se tivesse estado no local dos acontecimentos." "O gravador é culpado pela glorificação viciosa da entrevista.

O rádio e a televisão, por sua própria natureza, converteram-na em gênero supremo, mas também a imprensa escrita parece compartilhar a idéia equivocada de que a voz da verdade não é tanto a do jornalista que viu como a do entrevistado que declarou. Para muitos redatores de jornais, a transcrição é a prova de fogo: confundem o som das palavras, tropeçam na semântica, naufragam na ortografia e morrem de enfarte com a sintaxe. Talvez a solução seja voltar ao velho bloco de anotações, para que o jornalista vá editando com sua inteligência à medida que escuta, e restitua o gravador a sua categoria verdadeira, que é a de testemunho inquestionável.

De todo modo, é um consolo supor que muitas das transgressões da ética, e outras tantas que aviltam e envergonham o jornalismo de hoje, nem sempre se devem à imoralidade, mas igualmente à falta de domínio do ofício. Talvez a desgraça das faculdades de Comunicação Social seja ensinar muitas coisas úteis para a profissão, porém muito pouco da profissão propriamente dita. Claro que devem persistir em seus programas humanísticos, embora menos ambiciosos e peremptórios, para ajudar a constituir a base cultural que os alunos não trazem do curso secundário. Entretanto, toda a formação deve se sustentar em três vigas mestras: a prioridade das aptidões e das vocações, a certeza de que a investigação não é uma especialidade dentro da profissão, mas que todo jornalismo deve ser investigativo por definição, e a consciência de que a ética não é uma condição ocasional, e sim que deve acompanhar sempre o jornalismo, como o zumbido acompanha o besouro. O objetivo final deveria ser o retorno ao sistema primário de ensino em oficinas práticas formadas por pequenos grupos, com um aproveitamento crítico das experiências históricas, e em seu marco original de serviço público. Quer dizer: resgatar para a aprendizagem o espírito de tertúlia das cinco da tarde. Um grupo de jornalistas independentes estamos tratando de fazê-lo, em Cartagena de Indias, para toda a América Latina, com um sistema de oficinas experimentais e itinerantes que leva o nome nada modesto de Fundação do

Novo Jornalismo Ibero-Americano. É uma experiência piloto com jornalistas novos para trabalhar em alguma especialidade - reportagem, edição, entrevistas de rádio e televisão e tantas outras - sob a direção de um veterano da profissão." "A mídia faria bem em apoiar essa operação de resgate. Seja em suas redações, seja com cenários construídos intencionalmente, como os simuladores aéreos que reproduzem todos os incidentes de vôo, para que os estudantes aprendam a lidar com desastres antes que os encontrem de verdade atravessados em seu caminho. Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte."


O que seria de nós se não fosse a ilusão!?!

segunda-feira, 28 de abril de 2008

domingo, 27 de abril de 2008

Nando é REIS


Quando fechei os olhos e cantei com toda força que minha garganta ainda tinha: "Aeronaves seguem posando sem você desembarcar, pra eu te dar a mão nessa hora, levar as malas pro fusca lá fora,e eu vou guiando, eu te espero vem..." não arrepiei só os pelinhos do corpo todo, mas minha alma, minha mente, minhas lembranças e o mais longe amado que eu possa ter.
Passo tardes e madrugadas aqui ouvindo Nando Reis, e pela segunda vez fui escutar o cara de pertinho. Ano passado foi mais divertido porque conseguimos (eu, Sarah e Flal) assustá-lo com nossas mongolices e ele saiu com cara de "meudeusquepovolouco" nessa foto bem aí, além de abrirmos o show (desculpa se posso!). Mas dessa vez previlegiei o movimento estudantil, o que resultou em não estar no palco, muito menos falar com o Nando esse ano, mas tudo bem, o que compensou foi ver a lotação e as pessoas cantando as músicas que tanto descrevem minha vida, que tanto os vizinhos me escutam gritano (pow, ele nem cantou "siimmmm e agoooooora...?").
Nem vou falar do Zeca, o cara que eu mais quero pegar. Pra ele eu dava, ah se dava!

Então me resta esperar pelo Zeca Baleiro no segundo semestre (ops, era segredo =x).

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Usando o blog como diário de bordo

Prometi não postar nada sobre o caso da "menina que foi jogada pela janela e morreu por esses dias" (não coloquei o nome dela porque acabei de dizer que não falaria disso). Seja pelo fato de não parar pra acompanhar o caso, ou por não ter posicionamento a respeito, sei lá quem matou [e ponto]
Mas não posso deixar de contar o que aconteceu hoje, não dá, meu pai é realmente louco!
Amoçavamos, a família toda, em paz. Papai chega meio bêbado e diz:
- Rapaz, tô com muita raiva daquele Alexandre.
- Que Alexandre, pai?
- Nam, quero nem encontrar com ele. Tô chateado demais com aquele cara.
- Com quem, pai?
- Com o Alexandre, menina!
- QUE ALEXANDREEEEEE????
- Que mais seria?! o pai que matou a filha. Nam, se eu encontrasse com ele bem alí no bar ia logo dizendo "tu é um monstro, sabia? um monstro...um monstro". Tô chateado com ele, Larissa. Se vier aqui, diga que nem tô.
Deixou o prato na pia e foi dormir.
Acho que ta impressinado mesmo, né?!

ai ai, meu pai.

sábado, 19 de abril de 2008

Mulher revolucionária!


No meu momento de mais revolta que tristesa, sobre um determinado relacionamento, eis que me deparo com esse texto:



"Sabe o que é uma mulher revolucionária?
Eu vou dizer (pretensão, hein?).

É uma mulher que luta pelo que quer. Uma mulher que luta para ser feliz.
Uma mulher que entra na vida das pessoas e altera todo o curso da estória.
Inclusive a dela.
Uma mulher que chora e, às vezes, chora muito. Porque acredita nos seus princípios e não se deixa levar pelo que querem os outros. Ah, os outros querem que ela pare tudo o que está fazendo, pensando e sentindo e vá fazer outras coisas, que talvez nem a deixem ser o que ela é realmente.
Mas ela não cede: com seu jeito de ser, ela toma conta de si mesma, e com muita coragem diz "não" ao que não acha certo.
Ah, ela não tem medo do que os outros vão pensar, é desbocada e assume a sua palavra, as conseqüências de suas ações, enfrenta o mundo que vem abaixo.
Uma mulher revolucionária às vezes pode se sentir a mais covarde de todas as mulheres, a mais fraca, a mais vil, até se dar conta que é preciso ter muito peito para viver do jeito que acha melhor.
Mas com sua postura, ela vai plantando sementes por onde passa, vai espalhando alegria, vai ensinando a gente.
Uma mulher revolucionária às vezes não é admirada em algum tempo de sua vida. Às vezes o tempo é quem mostra às pessoas quem ela verdadeiramente é. E as pessoas por sua vez a vão respeitando, se são espertas suficiente para perceber o seu brilho.
Enfim, uma mulher revolucionária revoluciona. E quando percebe os seus frutos, consegue ser feliz, muito mais feliz do que poderia imaginar. De alma limpa, de consciência tranqüila, de cabeça erguida.

Eu sussuro um parabéns para esta mulher revolucionária que me serve de exemplo, de quem eu tanto me orgulho, de quem eu tanto gosto. Esta que me cativa dia após o outro. Por tudo o que ela é, faz, pensa, sente. É uma pessoa realmente extraordinária.
Fico muito feliz por ter esta garota mulher menina mulherão super sensível e meiga do meu lado"


Pois bem,

se ele é otário, idiota e em pelo século XXI ainda se deixa cair numa situação dessas, só lamento...

Fico tranquilha em saber que EU revolucionei!


Flalrreta Alves!

Sim, eu estudo comunicação.

Ficou ‘P’ da vida quando vejo um pseudo-jornalista se auto afirmar: “eu faço jornalismo
Carai, qualquer um faz jornalismo, não!?!
Minha IES é a ÚNICA do Brasil e oferecer duas habilitações de uma só vez.
E isso, é sim, vantagem!
E na minha humilde concepção, até onde eu sei, universidade é lugar de ensino, pesquisa e extensão.
Não uma fábrica de diplomas..
E foi isso me deixou chateada ultimamente...
Os professores reivindicam melhores salários e condições de trabalho!
E claro, eu dou maior apoio!
E antes de lembrar que serei a maior prejudicada por não esta tendo aula, eu digo com toda convicção do mundo: EU NUNCA APRENDI EM SALA DE AULA!
E por está certa de meu argumento, eu contesto o porquê de alguém reprovar pro falta.
Meus prof’s reclamam melhores condições e eu apoio com todo os gosos!
Quero doutores me orientando nas pesquisas, quero livro atualizados pra pesquisar,e acima de tudo, quero uma ambiente agradável!
A sociedade paga meus estudos, e eu devo retorno a ela! Se o momento é de luta, eu luto!
Se for preciso grevar, apitar, chamar a imprensa e fazer zoada, eu faço!
Os arianos chama isso de vagabundagem!
Vagabundo é aquele que liga perguntando se vai ter aula, e quando a gente diz que vai ter é uma assembléia de todos os estudantes da instituição, ele desliga e diz q não vai!
Não, não vou gastar meus precisos vales pra me enganar em cima de uma prova que eu não sei nem do que se trata.
A universidade publica e de qualidade que eu quero, é bem mais que uma fábrica de diplomas!
Infelizmente, sou só uma vozeia mimada gritando no meio dos “não extremistas”...
É uma pena!

Meus primeiros Vales...


Assim me sinto feliz.
Desde meus 16 aninhos comecei a trabalhava pra ajudar minha mami me custear...
Mas nunca tinha recebido vales!
Qual é a sensação!?
Não sei!
Mãe é algo interessante...
Principalmente quando são várias coisa numa só!
Meu primeiro estágio com a comunicação, é,ironicamente, num órgão contábil! (SEFAZ)
Sim, um dia eu tive um sonho com essa maravilhosa ciência.
Mas foi só um sonho.
Não, as uvas não estão verdes!
Simplesmente percebi que eu não iria ser tão feliz, quanto sou hoje com a comunicação.
Sei fazer balanço, calcular ativo, passivo, elaborar decretos, fazer consultoria/auditoria.
Com somente um curso técnico!
E mais,
Ainda sei publicar!!!! (E a nível SUPERIOR!!)
Descobri a sensação: É a de alívio.
Por saber que meus bons tempos de CEFET foram mais além das conquistas das verdadeiras amizades..
E meu diploma é bem mais valido que um curso de culinária (como dissera-me muitas vezes em relação ao curso técnico)
Sabe a sensação de ver um auditor fiscal, (aquele que pouco trabalha, mas que muito ganha) e lembrar que era aquela profissão que um dia você sonhou? Mas sabe o que ver essa mesma pessoa lhe chamar trocentas vezes e humildemente pedir que você produza uma matéria, mas que o deixe bem na foto!?
Pois é...
Comunicação é tudo!
E eu estou muito feliz pro ter recebido meus primeiros vales...

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Porque existe um amanhã depois das festas?

Ressaca é uma doença que a gente escolhe ter. É a pós-felicidade. A meleca do enfiar-o-pé-na-jaca. O bagaço chupado da laranja. E tudo mais que faça referência ao estado deplorável que ficamos após uma noite supimpa (é a noooova) de álcool, dança, diversão e álcool (perceberam que citei álcool duas vezes? pois é, é porque é muito álcool [meu deus, agora foram 4 vezes]).
Enfim...todo mundo já ficou assim, meio enjoado, com gosto de cabo de guarda-chuva na boca, vomitando a cada 1o minutos e repetindo pra si mesmo "eu nunca mais vou beber".
Minha manhã de quinta-feira foi assim, dor de cabeça forte e deitada no sofá a manhã inteira, só levantava pra beber água (sede desgraçada).
Mamãe: Larissa, essa negócio de sair no meio da semana não dá rock!
Eu: Da sim, mãe. Foi Roque Moreira ontem.
Mamãe: HA HA ¬¬ engraçadinha.
Eu: Sei que sou. =)

Boemia ainda mata um.
Cerveja ainda mata um.
Pessoas legais ainda matam um.
Boemia+Cerveja+Pessoas legais ainda me matam. :p

[Lambe que é de inhame]

domingo, 13 de abril de 2008

Ouvindo Nando


Onde compro tempo? Quero comprar e dar de presente pra ninguém mais dizer que ta sem tempo pra mim! Divide o teu comigo aew...

Olhe nos meus olhos
E diga o que você
Vê quando eles vêem
Que você me vê
Olho nos seus olhos
E o que eu posso ler
Que eles ficam melhores
Quando eles me lêem
Eu leio as suas cartas
Eu vejo a letra
Meu Deus que homem forte
Que me contempla
Sou sua mas não posso ser
Sou seu mas ninguém pode saber
Amor eu te proíbo
De não me querer
Olho nos seus olhos
E sinto que você
Faz eles brilharem
Como astro rei
Olhe nos meus olhos
E o que você vai ver
Seu rosto iluminado
A lua de um além
Eu leio as suas asas
Borboletas
Meu Deus que linda imagem
Me atormenta
Sou seu mas eu não posso ser
Sou sua mas ninguém pode saber
Amor eu te proíbo
De não me querer
[Nando Reis]
P.S: dia 26 desse mês, Nando Reis. E nós abrindo de novo.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Sobre Jornalismo Econômico...

"...Esse novo segmento jornalístico de 'concursos e oportunidades de empregos' serve aos interesses da comunicação de empresas e de seus discursos que fazem apologia ao trabalhador do tipo ‘flexível’, ou seja, do trabalhador que precisa se adaptar constantemente para sobreviver em um mercado cada vez mais instável e marcado pelo avanço tecnológico,convergência multimídia e acelerada globalização econômica.
O avanço do neoliberalismo como modelo dominante acabou sepultando o sindicalismo, e a existência do chamado “exercício de reserva” faz com que a preocupação em ter um emprego seja mais importante do que qualquer coisa nas diversas áreas. E isso alimentou o surgimento desse nicho de mercado, para usar o jargão do ethos do empresariado, que é o leitor em busca de informações sobre emprego ou de como ser um bom profissional com maiores chances de “empregabilidade”
E, como os jornais são empresas em busca de aumentar as vendas de seus veículos, enxergam nessa necessidade de sobrevivência uma forma de vender mais noticias sobre esse assunto, alimentando os leitores com informações sobre concursos e cursos, sobre como se comportar e se vestir em uma entrevista ou sobre as novas promissas áreas, onde podem surgir novas vagas...
Nesse contexto o jornalismo econômico falha. Em não promover uma discussão mais profunda sobre questões cruciais para o desenvolvimento do país, como a questão do trabalho cada vez mais imaterial no regime pós-fordista, a constante diminuição no numero de empregos e a necessidade de buscar novas alternativas ou formas de renumeração.

...

Nesse sentido, o jornalismo econômico, a serviço da ideologia neoliberal, ajuda a propagar seus mitos. "



Parabéns Cintya!

Flalzinha.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Quarteto mais que Fantástico !!!



Sarah: - Gente, as vacas holandesas são vegetarianas.

Leo: - Mas Sarinha, eu nunca vi vaca comer carne não...

Sarah: - Mas elas são Vegas!!!

Leo:- Mas Sarah, o capim não tem leite...

Sarah: ou idiota, elas tomam leite de soja!!



Eu vivo sem?!!

terça-feira, 1 de abril de 2008

Da minha saga na vanzinha


17:38 hrs, chegando na parada de ônibus, minha vanzinha (explicação do que ser vanzinha: Um meio de transporte pros de baixa renda, que mais parece um navio negreiro de tanto que é apertado e fedorento) está pra passar. 17:42, em ponto, ela para porque dei com a mão. [Pausa pra explicar que ela passa sempre no horário certo porque 1 minuto de atraso implica em dinheiro perdido pra empresa.] Lotada! [Pausa pra explicar que ela ta lotada porque não tem ônibus da zona sudeste para Uespi e Mocambinho, e 1 passageiro perdido implica em mais prejuízo, então seguem a lei do "coloca até explodir".]
O cobrador cabeçudo (odeio o cobrador desse horário), grita:
- Ta vaguinha, vaguinha. Vamo lá pessoal, Tabuleta-Maranhão-Setut-Uespi-Primavera-Mocambinho.

Entra uma senhora com 5 crianças, um rapaz com uma caixa enorme, 2 meninas com cara de que fazem pedagogia na Uespi e eu. Lá dentro num era o inferno não, era a sala de castigo do inferno. Gente fedida, feia, pobre e sem-noção. Cada parada lotava mais a van, e o maldito do cobrador cabeçudo falava a frase que me faz desejar sua morte cada dia mais:

- Pessoal, vamo fastar aí pra trás, ta vaguinho o corredor, fasta aí pessoal, por favor.

Vaguinho o carai de asa, num cabe mais nem uma formiga e esse fidumaégua fica mandando fastar, fastar pra onde?! Uma vez eu tava de TPM e gritei logo: "Fastar pra onde, imbecil?"
Mas eu tava calma nesse dia, apenas respirava fundo e pensava "falta pouco, relaxa Larissa".
Dentro da lata-de-sardinha, me posicionei estrategicamente lá pro fundo, porque assim qualquer pessoa que levantasse, eu ja pegava um lugar pra sentar (vale lembrar que um lugar pra sentar dentro de uma vanzinha vale como troféu). E o povo num levanta, ninguém nessa meleca de bestinha vai descer, não?! Eis que na rodoviária a senhora com a "carrada de menino" grita no pé do meu ouvido:

- Próxima desce aíííí!!!

Apesar da vontade de meter um tapa na cara da véia, concentro-me no meu grande objetivo, sair debaixo do suvaco do homem e sentar naquela cadeira. Olho para os lados, tô rodeada de 3 homens, isso é bom, significa que não haverá disputa pelo assento (homens não são desesperados pra sentar). A dona mulher com os pirralhos levanta, eu olho para os lados, é só o tempo dela levantar o traseiro, jogo minha pasta e sento! Lugar quente quente, mas yessss, vitória!
E assim vou, tranquilamente (?) até chegar no meu destino.
O cobrador cabeçudo ainda consegue irritar mais uma vez:

- Quem vai descer na Uespi aí, adianta os cartões. Pessoal que vai descer na Uespi, adianta aí o cartão, rápido.

- Próxima desce.

- Vai pagar com cartão, vale ou dinheiro?

- Com meu cú, filhodaputa. Eu já te paguei!!!!!! ¬¬'


[Lalarissa]

Bemquererbem

Sabe quando alguém desperta em você o mais genuíno desejo de ser a melhor pessoa do mundo? Faz você arrumar o seu guarda-roupas, acertar a hora do seu relógio, escrever com letra bonita, querer ficar muito, muito inteligente, ler até os olhos queimarem, ouvir de tudo pra saber falar de tudo, saber tudo de cinema, teatro, televisão, astrologia, matemática financeira e a primavera na Patagônia, manter-se calma em momentos que nem um monge tibetano o conseguiria, ter bom-humor do nascer ao pôr-do-sol, parar de falar palavrão (ou falar três vezes mais), parar de beber (ou beber três vezes mais), gostar de carnaval e missa e circo e hórário eleitoral e confissões comunitárias e distribuir sopa, dar bomdia boatarde boanoite comlicença obrigada e desculpe a tudo e a todos, ajudar uma velhinha a atravessar a rua, alimentar um cachorrinho abandonado, achar tudo muito legal e muito bacana e também muito careta e arrogante e. Também faz você ser muito, muito responsável, muito, muito generosa, muito, muito paciente, muito, muito interessante e muito, muito mais um bando de coisas? Faz você querer ser alguém realmente melhor? Pois é. Mas ninguém consegue ficar embaixo d'água muito tempo. Aí você precisa voltar à superfície e respirar e descobre que não tem ninguém na borda. Quando você sai da água se sentindo completamente baldia, o vê chegando de calção (adoro esse termo) com escafandro, óculos de mergulho e um par de pés-de-pato, mas é tarde demais e você não poderia imaginar que ele se preparava para finalmente mergulhar com você. Então, instantaneamente, você se transforma na pior pessoa do mundo, muito, muito malvada por deixá-lo mergulhar sozinho, não fazendo a menor diferença o fato de você ter passado três séculos e meio lá embaixo esperando por ele - sozinha - e sem equipamento nenhum .
[e-mail mandado pela Sávia, que muito me contempla (o e-mail e ela)]