segunda-feira, 7 de abril de 2008

Sobre Jornalismo Econômico...

"...Esse novo segmento jornalístico de 'concursos e oportunidades de empregos' serve aos interesses da comunicação de empresas e de seus discursos que fazem apologia ao trabalhador do tipo ‘flexível’, ou seja, do trabalhador que precisa se adaptar constantemente para sobreviver em um mercado cada vez mais instável e marcado pelo avanço tecnológico,convergência multimídia e acelerada globalização econômica.
O avanço do neoliberalismo como modelo dominante acabou sepultando o sindicalismo, e a existência do chamado “exercício de reserva” faz com que a preocupação em ter um emprego seja mais importante do que qualquer coisa nas diversas áreas. E isso alimentou o surgimento desse nicho de mercado, para usar o jargão do ethos do empresariado, que é o leitor em busca de informações sobre emprego ou de como ser um bom profissional com maiores chances de “empregabilidade”
E, como os jornais são empresas em busca de aumentar as vendas de seus veículos, enxergam nessa necessidade de sobrevivência uma forma de vender mais noticias sobre esse assunto, alimentando os leitores com informações sobre concursos e cursos, sobre como se comportar e se vestir em uma entrevista ou sobre as novas promissas áreas, onde podem surgir novas vagas...
Nesse contexto o jornalismo econômico falha. Em não promover uma discussão mais profunda sobre questões cruciais para o desenvolvimento do país, como a questão do trabalho cada vez mais imaterial no regime pós-fordista, a constante diminuição no numero de empregos e a necessidade de buscar novas alternativas ou formas de renumeração.

...

Nesse sentido, o jornalismo econômico, a serviço da ideologia neoliberal, ajuda a propagar seus mitos. "



Parabéns Cintya!

Flalzinha.